ALDO CALVET

 

DADOS AUTOBIOGRÁFICOS : DRAMATURGIA :

BIOGRAFIA


MEU TEATRO ....


--- Meu teatro é um teatro social e filosófico por excelência. Desde “Katalina” (1938) --- a prostituta que se redime pelo amor, a “Escambo” (1968) --- o problema de casais que se reúnem numa cobertura para vencer a saturação conjugal por meio de câmbios sexuais entre os cônjuges, de então até hoje procuro construir ideias numa atuação dramática pedagógica de fatos buscados na realidade existencial cotidiana.





--- Acredito na bondade característica do homem como criação de Deus; penso que o homem deve aperfeiçoar-se na elevação do amor ao próximo, do cultivo da verdade e no instinto natural da procriação ate que, enfim, depois de ser a semelhança possa chegar mesmo a ser Deus. Reconheço que a luta pela vida, pela sobrevivência é que torna o homem mau, vingativo, mesquinho, mentiroso, capaz de atitudes torpes, de atos inconfessáveis; tão cruel aparece o homem na face da terra que, como diz o bom amigo gaúcho, o Guta, dominado pelo intestino grosso, não hesita em tirar a mamadeira da boca de uma criança.





---- Na ânsia de oferecer exemplos diante dos quais o homem possa encontrar o caminho da perfeição, eis aí a tarefa de que se pode chamar um teatro construtivo.






--- O meu teatro da primeira fase, tal como o grupo de peças que a Gráfica Editora do Livro acaba de lançar, é um teatro de ideias construtivas, pedagógicas. Sempre popular sem ser popularesco. Às vezes é leve, divertido, risível; na infra estrutura se descobre algo que dignifique a criatura humana no trato das coisas, dos seres, de Deus.




--- Sou visceralmente contra a censura. Considero a censura uma excrescência, uma covardia, uma agressão das mais violentas contra a criação artística. Não é de hoje. Já disse tudo isto por outras palavras, em letra de forma, quando crítico dramático de “Ultima Hora” (1955-59). Troquei artigos a respeito com meu ilustre confrade Hildon Rocha, então Diretor do Serviço de Censura de Diversões Públicas. De modo que estou à vontade para declarar que me perfilo ao lado dos meus companheiros do teatro que lutam atualmente contra esse instrumento brutal de opressão.






--- Meu teatro desta última fase continua um teatro de temática social, buscando expor a luta dos marginalizados, dos injustiçados, dos que não dispõem de clima de liberdade e segurança para suas reivindicações, para defender seus direitos conspurcados. Não traço rumos nem aponto direções políticas ou ideológicas. Deixo ao público o direito sagrado de tirar conclusões julgadas justas, convenientes, objetivas diante dos pensamentos expressos. Trabalho, nesta fase, um teatro de crítica total, como ensina Brecht. Realizo-o livre de qualquer preconceito, de qualquer tabu, por isso que, sempre que preciso, segundo o conflito ou a situação dramática, conforme o clima psicológico, as personagens usam o palavrão com absoluta naturalidade, porque o palavrão aí é o termo autêntico, expressivo, o único exatamente que reflete o estado de alma, o desabafo verdadeiro, substancial, pleno de beleza e poesia.







--- Nas minhas três últimas pecas --- “O Crápula”, “Escambo”, e “Trottoir-Trottoir-Trottoir”, dentro da técnica cênica brechtiana, explorando a mesma temática da minha primeira fase de dramaturgo, por ângulos diferentes e renovados, alguns originais e, permita a imodéstia, inteligentes, tento criar a integração do público espectador na estrutura do texto por meio de um capítulo de crítica que os intérpretes distanciados estabelecem em forma de debate não só do ponto de vista interpretativo como tecnológico, de criatividade e inventiva da fábula.







--- Sou pela participação espontânea do espectador. Parece-me que o espectador tem o direito de opção. Se a presença do espectador é válida como elemento de intercomunicação no processo interpretativo, o silêncio na participação dos debates e respeitável como direito irreversível adquirido na bilheteria.


PRESS RELEASE DA PUBLICAÇÃO DO LIVRO “TEATRO” DE ALDO CALVET

  



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