ALDO CALVET

 
Aldo Calvet teatro dramaturgia A SEMANA, BELEM DO PARA,  23 DE DEZEMBRO 1939
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DRAMATURGIA : KATALINA

COMENTARIOS NA IMPRENSA


“A SEMANA”, BELEM DO PARA,

23 DE DEZEMBRO 1939


Estas linhas vêem depois da leitura de “Katilina” alta comedia em 3 atos e 9 quadros – teatro social – de Aldo Calvet – Maranhão – 1938. Cena de “cabaret”, com toda a sua historia . . .

O jovem teatrólogo não precisa mais, com este trabalho, de crônicas paliativas ou palmas de favor, seu livro encontrou um lugar na biblioteca nacional da admiração.

Aldo Calvet chicoteia, com seu importante estudo, os rufiões afoitos, que aumentam o sofrimento moral de muitos . . . Os profissionais da ilusão . . .

Lindas, quantas flores humanas, qual os vegetais, não completam o seu ciclo. São retiradas logo para abrilhantar os caprichos dos dissolutos, os jarros negros da depravação! Batisam-se na catedral da miséria, mudam de costume, da noite para o dia. Vicia-se a inocência, esmaga-se a virtude!

Os quadros do artista se destacam a explorar esses ramos de vida deplorável, que são os filões da época que atravessamos. O autor seleciona tais problemas sociais, escolhidos pela taboa de calculo da sua argúcia psicológica.

Nítidas, lembradas são ai postas a meditação essas paredes-meias, onde a ilusão se torna em realidade!

O autor de “Katilina” conversa com proficiência; esplana com segurança, acentua, em fortes vivos, os números e realça em alto nível, os assertos.

As figuras que tecem o cenário não sao fictícias, porque as conhecemos. Faltava apenas que nos falasse delas, em seus mínimos detalhes, como faz, no momento; o festejado escritor que o Maranhão possue e nos felicitamos.

Enredos focalisados com aprumo. Diálogos bem urdidos, dentro de um realismo espontâneo, que não poe logo na melhor comodidade possível, para conhecimento do assunto. E a observação do autor, também ator, encontra-se numa aureola de absoluta franqueza.

“Katilina” fala da vida e diante dos temas que encara, tremem os puritanos, coram os que pensam que ninguém lhes desvenda a existência, quando se desviam do bom caminho!

A pagina do livro da vida que Calvet escreve faz pensar na legislação, se porventura ela fosse falha; atentar em medidas prevenidoras, se acaso fossemos tão incautos; chamar a atenção da sociedade, se a mesma estivesse descuidada!

FELIS AIRES